segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dia 30 de Outubro: Um servo entrou no Céu!

Dia 26 de outubro - Quarta-feira - Primeiro dia do Concílio
Dia 30 de Outubro: Um servo entrou no Céu!


Estou escutando Jesus falar: “Vinde,benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado ...” (Mateus 25:34).

Passei os últimos sete dias com o bispo Adolfo.

Recebi na igreja que pastoreio em Ji-Paraná, Rondônia, para acolher a reunião do Ministério de Apoio Episcopal.


Placa na porta da Hospedaria do Prédio Bondade de Jesus

A igreja do Bairro Urupá, em Ji-Paraná sempre teve um carinho especial pelo bispo. Construímos um prédio chamado Bondade de Jesus e a hospedaria do prédio foi dedicada a sua memória. Tem uma placa dizendo: Hospedaria Bispo Adolfo Evaristo de Souza. Fizemos memória em 2009 quando o Prédio foi inaugurado.



Esta placa ficou como marco da passagem do Homem de Deus por nossa igreja.



Ele chegou na segunda-feira. Jantamos juntos e com os SDs fomos orar na Torre de Oração da Igreja. Ficamos ali uns 60 minutos orando. Na reunião começamos a dar os últimos detalhes na Programação do III Concílio Regional da REMA.



Na terça-feira, realizamos o culto de oração da manhã juntos na igreja. Tomamos café, almoçamos juntos e jantamos. Neste dia trabalhamos os detalhes finais do Plano de Ação Missionária da REMA. Ficou maravilhoso e totalmente baseado no Plano Nacional Missionário aprovado no 19° Concílio Geral em Brasília. Ele estava muito alegre.



Na quarta-feira, depois do café da manhã, fomos passear em Nova Londrina, no nosso Sítio Shekináh. Primeiro passamos na chácara de nossa família. Ali tem um horto de Oração. O Bispo ajoelhou-se no local e orou ao Senhor. Foi muito comovente.



Depois fomos até a Congregação em Nova Londrina. Ele fez questão de tirar algumas fotos em frente da Igreja e depois levou os SDs para ver o terreno onde será construído a Igreja em Nova Londrina.



Finalmente chegamos ao Shekináh. Andamos os dois alqueires de terra e filmei o bispo pregando sobre uma pedra próxima do Rio Jordão. Na realidade ele estava falando de seus sonhos e projetos. Caminhamos, cantamos e oramos.



Voltamos para a Igreja do Urupá e almoçamos. Faltavam quatro dias para Deus o recolher.



Fomos para Ouro Preto do Oeste – RO. Apenas 20 km de Ji-Paraná. Ali no Centro de Treinamento da EMATER – CENTRER, iniciamos o III Concílio Regional da REMA na noite de quarta-feira. O bispo me escolheu para pregar. Disse que era uma forma de me honrar porque estava deixando a Igreja Local de Urupá e retornando para a primeira Região depois de 10 anos de trabalhos missionários. O bispo estava feliz.



Na quinta-feira tivemos um seminário sobre Discipulado e crescimento da igreja. Faltavam três dias para Deus o recolher. O bispo estava vibrando com a Visão de Discipulado pregada pelo pastor Mano da sexta Região. O bispo ressaltou sobre os Retiros de Encontros com Deus, as Células, o avanço da igreja em santificação. Após a última palestra da noite, eu, o bispo e o pastor Paulo Franco fomos levar o Ver. Mano até o aeroporto de Ji-Paraná. Na ida e na volta conversamos muito sobre o Plano de Ação da REMA e sobre a aposentadoria do Pastor Paulo. Vi o carinho do bispo pelo pastor Paulo. Grandes amigos.



Chegou a sexta-feira. Faltavam três dias para Deus o recolher. O bispo Stanley falou sobre discipulado, santidade e serviço. Uma palestra maravilhosa. O bispo Adolfo sorria como criança. Na tarde tivemos as eleições e os trabalhos normais do Concílio.



O sábado chegou rápido. Todos os pastores e as pastoras estavam radiantes com os resultados do Concílio. O bispo andava como criança de alegria. Este dia foi muito emocionante. Foi um dia de muitas despedidas.



Ele homenageou a pastora Marinice por ser a primeira presbítera da REMA, entregou o Diploma da Ordem do Mérito Metodista aos pastores Raimundo e Paulo Franco. E me chamou a frente para me dar uma placa onde agradecia a Deus pelo nosso serviço ao Senhor na REMA durante 10 anos de caminhada missionária. Emocionei-me muito e falei com carinho o que sentia sobre ele. Foi um culto de despedida. Um culto fúnebre coma pessoa viva. Despedi-me literalmente desse grande homem de Deus. Faltava agora um para Deus o recolher. Na realidade faltavam 19 horas para o Senhor o levar para a mansão celestial.



O coral de Urupá cantou. A Selma de Nova Londrina cantou. Foi um culto com muitos cânticos de Alegria.



O momento mais lindo foi quando ele lançou seu livro autobiográfico. Lanço se preparando para partir.



Fui dormir tarde. Um pastor foi ao meu quarto e conversamos muito sobre o ministério abençoado do Bispo. Falamos de seu testemunho e de sua vida. Falamos como era bom honrar este homem de Deus.



Chegou o domingo. Tínhamos poucas horas para gozar da presença do bispo. Na realidade só teríamos conosco na parte da manhã. Deus já estava preparado para buscá-lo. Os anjos já estavam presentes. Mas não sabíamos. Foi tudo uma surpresa.



O Culto maravilhoso ocorreu na Igreja em Ouro Preto do Oeste – RO. Aconteceu a ordenação dos presbíteros e presbíteras. O bispo estava radiante. Radiante como criança num carrossel.



Leu Ezequiel 17 e disse: Vocês entenderam? Se entenderam eu não vou pregar. Se não entenderam, eu vou pregar!



Pregou. Pregou sobre um texto que gostava muito. Falou várias vezes do sofrimento e da coragem para enfrentar os desafios missionários. Disse: Quem crê não foge!



Voltamos para os bancos e cantamos. Tomamos a Santa Ceia. A Eucaristia que vislumbra o céu. Um dia Jesus nos servirá nas bodas do Cordeiro.



O Coral da Igreja de Jardim Eldorado Cantou com alegria. O Bispo sorriu e disse para a Pastora Luciana: O coral parecia que estava cantando indo para a glória!



Foi uma preparação para a glória que o Bispo encontrou no dia 30 de outubro.



O bispo maravilhosamente dirigiu a liturgia e chegou ao final.



Bateu o martelo e disse: Termina o III Concílio Regional da REMA. Falou emocionado e com o rosto de choro. Estava chorando. Seria o seu último Concílio.



Fui ao seu encontro e o abracei. Outros me seguiram.



Saímos felizes da Igreja. Voltamos para o CENTRER.



Fui ao refeitório e almocei. Na saída encontrei o bispo entrando. Estava feliz e com boa aparência. Olhei nos seus olhos e perguntei: Posso ir embora? Ele disse que sim. Disse que não necessitaria tirar mais uma foto oficial. A foto oficial seria a fotografada na Igreja.



Sai confirmando com ele o dia 14 de novembro. Estaríamos em reunião em Vilhena – RO no Congresso regional dos Homens. Seria a última reunião do Ministério de Ação Episcopal.



Abracei e sai.



O bispo após o almoço começou a passar mal. Sentiu dores no peito. Pediu socorro. Foi levado com urgência para Ouro Preto. Depois foi transferido na UTI Móvel para Ji-Paraná. Em Ouro Preto não havia cardiologista. Na correria fui chamado. Eu e o Paulo Franco corremos para Ouro Preto. A UTI passou pela gente. Depois voltamos correndo para Ji-Paraná. Ficamos alguns minutos sofrendo e orando com pastores e a Aurelita na sala de atendimento do Hospital HCR. O médico trouxe a notícia pessoalmente: Ele teve enfarto, provavelmente dois. E não resistiu. Faleceu depois das 16 horas.



Foi horrível a notícia.



Solicitei que o corpo passasse pela Igreja do bairro Urupá antes de seguir para Porto Velho e São Paulo.



O corpo chegou a igreja às 21 horas. Os pastores foram recolhe-lo no carro.



Os pastores trouxeram para o altar da Igreja e apenas choramos.



Ficamos uma hora chorando sobre o caixão. Chorando de tristeza, de saudade. Chorando por não compreender a situação. Chorando de despedida. Choramos uma hora apoiados no caixão. Somente os pastores e pastoras. As pessoas não conseguiram chegar perto. Choramos muito.



Cada pastor e pastora deram uma breve palavra.



As pessoas finalmente puderam passar e ver o bispo.



Os pastores pegaram o Caixão e saíram cantando. Levamos o Caixão até o Prédio Bondade de Jesus em procissão. Levamos o corpo do bispo que amava o Prédio no qual havia uma hospedaria com o seu nome. Caminhamos com o corpo do Bispo pelo salão que dias antes esteve tomando café, almoçando e jantando.



Foi nossa forma de dizer: adeus amado Bispo!



O carro levou o corpo do bispo e ficamos como ovelhas sem pastor.



O corpo foi velado em Porto Velho e em São Paulo. Acompanhei o sepultamento em São Paulo e me despedido do meu grande amigo.



Na noite o meu filho me disse: “Pai. Nos filmes de desenho animado, quando morre um herói, sempre chove. Hoje choveu porque o bispo foi uma pessoa muito importante. Um grande herói”.



“Sim”, eu disse.



“Um herói da fé”.



Choramos então...











Irmão edson – "Nós pregamos a Cristo crucificado... Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado". - I Coríntios 1.23; 2.2.


Rev. Edson Cortasio Sardinha - Pastor Metodista.